terça-feira, 14 de junho de 2011

Tenho comigo que o amor é a dor mais gostosa que existe e que todos nós que sentimos somos doentes sádicos, ao mesmo tempo em que ela te faz adoecer acaba te tornando dependente dela como um remédio, é engraçado, mas a única forma de curar a dor é com o próprio amor.
Acordei meio atordoado, enojado, triste e com dor, acordei, mas não quis me levantar, fiquei olhando para o teto, vendo a cena de cima a cama e seu formato quadrado dizia muito sobre mim, eu era preso a uma cena que não saia da minha cabeça nunca.
Quem teve a idéia de construir paredes, as criou para separar as coisas e teve sucesso, sempre quando eu me durmo acordo em um quarto fechado e sem o meu coração, como é possível alguém viver sem ele? E aos poucos eu sinto falta de quando eu o tinha e sentia dor, todos os dias é a mesma coisa, acordo e lá estou sozinho.
Fiquei sozinho por tanto tempo que me esqueci das vozes das pessoas, me esqueci do sorriso verdadeiro e também dos falsos, me esqueci do perfume e também dos odores, me esqueci como fazer as coisas amando ou odiando.
E um dia você apareceu, tirou a garrafa e o copo do meu quarto, arrancou as fotos do meu antigo amor da parede, me trouxe água e um cobertor me fez carinho e cócegas, me fez rir e chorar de alegria, me contou piadas que eu já sabia e mesmo assim eu chorei de rir, me fez esquecer aquele quarto e a parede que dividia o meu corpo e alma do meu coração, me fez pensar em você todos os dias.
Foi quando eu percebi que estava curado da dor e quando todos achavam que eu vivia no galho de uma árvore, que colhia a fruta e sentia a primeira brisa trazida pela manhã, você a cortou e eu cai, de repente meu quarto estava novamente cheio de fotos e do lado da minha cama quadrada estava novamente a garrafa e o copo e quando eu dormia
, voltava ao quarto dividido por uma parede, de um lado o meu corpo sem coração e do outro o meu coração e todo o amor que você levou embora. 

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